A Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) divulgou seu estudo mais recente sobre a expansão da oferta de energia para o Ambiente de Contratação Livre.
Em julho de 2019, quando o estudo foi ineditamente divulgado, 34% da geração de eletricidade em construção no país estava destinada ao mercado livre. Na ocasião foram investidos R$ 33 bilhões no mercado livre no horizonte, que compreende o período de 2019 a 2023.
A expansão do mercado livre foi planejada com uso de fontes majoritariamente renováveis, considerando que as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) concentraram 63% do total no Ambiente de Contratação Livre (ACL), solar 60%, biomassa 58% e eólica 46%.
Novo panorama após a pandemia
O estudo revela ainda que devido à pandemia da Covid-19, em 18 meses desde a apresentação do estudo anterior em 2019, as transformações se intensificaram. Houve suspensão dos leilões regulados devido ao aumento da demanda.
O Mercado Livre de Energia recebeu novos consumidores justamente pelo aumento da demanda originada por pedidos de migração, fazendo com que alcançasse a confiança dos agentes do mercado, além de ter se consolidado como solução para consumidores e geradores.
Com isso, o Mercado Livre de Energia se tornou o principal agente de expansão do setor elétrico, sendo responsável por 72% do parque gerador em construção no país. Dos mais de 34,5 GW previstos, 66% são destinados exclusivamente ao ACL, ou seja, 100% do total.
Outros 6% correspondem à parcela livre de usinas que também venderam energia no Ambiente de Contratação Regulada.
Dos R$ 142 bilhões de investimentos previstos até 2025, o mercado livre responde por R$ 100 bilhões.
Expansão da Oferta de Geração (MW) para o horizonte 2021 -2025
A expansão da oferta para o horizonte 2021-2025 corresponde a 6% da parcela livre de leilões, ou seja, 2.044 MW.
Já o leilão para o Ambiente de Contratação Regulada corresponde a 28%, igual a 9754 MW. O montante restante, que compreende 66% ou 22718 MW está destinado ao Mercado Livre de Energia.
Sendo que 89% da geração prevista para o ano de 2023 será destinada ao MLE, que é considerado viabilizador de energia renovável, onde 92% será solar, 88% biomassa, 72% eólica e 62% PCH/CGH.
Solar e eólica liderarão a expansão da oferta de energia elétrica com 76% da geração em construção.