O Enase Talks é um evento on-line que discute os principais temas do setor de energia. O segundo episódio aconteceu no dia 15 de julho e contou com o diálogo do Deputado Arnaldo Jardim (Líder do Cidadania) e o Senador Marcos Rogério (DEM-RO).
Nesse evento, o senador Marcos falou a respeito das fontes estruturantes de energia elétrica. Ele acredita que o Brasil está em uma situação confortável de segurança energética, diferentemente do que já foi enfrentado no passado. Ainda que o momento seja favorável em comparação com anos anteriores, ele esclareceu que ainda é preciso avançar para melhorar e a perspectiva é boa, pois existem novas fontes surgindo. Exemplificou que no Nordeste as fontes eólicas estão avançando, também ressaltou que a energia solar está crescendo muito em todo o Brasil. Todas essas novas energias ainda representam pouco em virtude de todo o volume existente no país.
Para o senador, as fontes estruturantes abastecem o país mantendo a segurança energética, contudo já consumiram muito dinheiro para gerar energia cara. Não se produz mais, gera-se menos energia em virtude do modelo de fio d’água implementado.
Quando as fontes termelétricas são acionadas nos períodos de seca, por meio de contrato de disponibilidade, qual é a fonte que gera mais impacto para o meio ambiente? Questiona o senador, a fim de provocar a reflexão dos que estão assistindo à live. “Gera maior impacto aos reservatórios, empreendimento estruturante de energia, a qual a fonte acionada espalha problema ambiental para o Brasil inteiro ou a termelétrica?”, indagou.
Para ele embora a lei do licenciamento seja burocrática e complexa, deve-se discuti-la. Por não fazer distinção entre pequenos e grandes empreendimentos, o pequeno é prejudicado. O senador acredita que criar um modelo que institua distinção por porte, licenciamento sumário, sumaríssimo e para grandes empreendimentos pode ser uma solução, desde que siga protocolos já existentes. Ele acredita que a legislação está ultrapassada e amarra as soluções. Contudo, ele diz que isso não significa deixar de ter cautela e consenso.
Em seu diálogo, ele discorreu a respeito da necessidade de o Brasil produzir energia, porém por meio de novas fontes e novos modelos que o tire dessa retórica de modelo ideal em razão de impactos ambientais. Ele ainda provocou público questionando se o desenvolvimento do modelo atual foi pensado levando em consideração que ao faltar energia no volume necessário é preciso acionar outra fonte mais cara e suja.
Ele informou que o assunto já está em discussão na Comissão de Infraestrutura do Senado, disse que espera poder debater o assunto entre agosto e setembro, quando acredita que nesse momento terá oportunidade de aprofundar o tema na CI.
Ele trouxe à discussão o exemplo de Belo Monte, ele acredita que nesse empreendimento falta planejamento eficiente. Ele informou que se houvesse sido feito estudo de impactos econômicos, o projeto seria repensado. Para ele o planejamento foi malfeito e gerou custos extraordinários, que serão sentidos pelo consumidor final, que receberá a energia.
O senador Marcos Rogério foi categórico ao afirmar que por toda essa falta de consciência, o Brasil paga caro.