O Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) é calculado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e utilizado para valorar a energia liquidada no Mercado de Curto Prazo (MCP).
No MCP são contabilizadas e liquidadas as diferenças entre a energia contratada e os montantes realmente gerados ou consumidos pelos agentes da CCEE.
Até o mês de dezembro de 2020, o PLD era divulgado semanalmente por patamar de carga (pesado, médio e leve) e por submercado, assim tínhamos no máximo 3 preços diferentes para o dia da semana operativa* para cada submercado (Norte, Nordeste, Sudeste/Centro-Oeste e Sul). A partir de 1º de janeiro de 2021, a dinâmica do mercado sofreu uma mudança em relação ao cálculo do preço com a entrada em vigor do PLD Horário. Com esse novo modelo de precificação para cada dia da semana operativa em curso são calculados 24 preços diferentes para cada submercado. Além disso, o PLD Semanal, que até 2020 era definido ex-ante na 6ª feira anterior ao início da semana operativa, passa a ser conhecido ex-post apenas na 5ª feira da semana operativa em curso.
A figura abaixo apresenta de forma resumida as principais diferenças entre o PLD Semanal, vigente até 31 de dezembro de 2020, e o PLD Horário, válido a partir desse ano.
Esse novo modelo de precificação horária entrou em vigor no dia 1º de janeiro de 2021, a qual é possível ter até 24 preços diferentes para o mesmo dia em cada submercado.
O Preço Horário foi proposto pela Comissão Permanente para Análise de Metodologias e Programas Computacionais do Setor Elétrico (CPAMP) e o cronograma de implementação foi deliberado pela Portaria MME 301/2019. A Resolução Normativa ANEEL nº 910/2020 regulamentou a regras para cálculo do PLD Horário.
Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e a CCEE, essa nova metodologia aproxima mais o preço de energia da operação diária do Sistema Interligado Nacional (SIN), pois capturas as oscilações de cargas que antes eram previstas semanalmente e agora são previstas diariamente, reduzindo o despacho de usinas térmicas fora da ordem de mérito e, consequentemente, o custo para os consumidores que são cobrados via Encargo de Serviços do Sistema (ESS).
O setor elétrico brasileiro está maduro para a transição?
O CEO da Brasil Energias, Eli Elias, acredita que o setor elétrico brasileiro está parcialmente maduro para a transição. Ele acredita que “faltam alguns pontos para que este modelo possa ter maior eficiência, com um modelo de previsão de carga e de um modelo de previsão de ventos (Geração Eólica), que estejam disponíveis a todos os agentes do mercado para que todos possam fazer seus estudos de forma antecipada dos preços horários, assim como era feito com os preços semanais”.
*Semana operativa é iniciada no sábado e com fim na 6ª feira