Requisito de capacidade de potência diz respeito à avaliação de capacidade (ou suprimento potência) para identificar se o sistema é capaz de suprir a demanda em todos os instantes.
Após a publicação do Plano Decenal de Expansão de Energia 2030 (PDE), novos acontecimentos impactaram a avaliação, sendo necessário reavaliar a necessidade de capacidade de potência. Porém, o PDE 2029 já apontava para a necessidade de expansão específica para o atendimento da demanda de potência a partir de 2024, mesmo com o requisito de energia atendido.
Devido à pandemia do Covid-19, houve redução na projeção da demanda de potência ao longo do horizonte, se comparada com o PDE 2029. Em 2029, esta redução será de 10 GW. Em 2020, a projeção de referência é 5,5 GWmédios inferior à do PDE 2029, diferença que atende 7,0 GWmédios em 2029.
A EPE calcula que em 2030, a demanda máxima do ano será 34% maior do que em 2020.
O PDE 2029 destaca o papel que as usinas termelétricas oferecem para a segurança operativa do sistema, o que contribui para garantir o atendimento ao requisito de capacidade de potência. Os resultados destacam:
• Baixo custo de investimento como de atratividade para as termelétricas selecionadas;
• Opção por termelétricas com operação totalmente flexível (sem geração compulsória), embora resulte em custos operativos variáveis superiores aos praticados em usinas inflexíveis (geração compulsória). Com essa flexibilidade, as usinas são acionadas apenas e somente quando o sistema requisitar, contribuindo para otimizar diversos recursos disponíveis no SIN;
• Oferta termelétrica existente no final do contrato (CCEAR) e a possibilidade de manutenção de uma parcela desse parque também prestando de capacidade. A dessa oferta viabilizada por um processo de modernização da usina (retrofit );
• O investimento será menor que disponibilizar recursos financeiros para instalar uma nova usina;
O sistema elétrico do país sempre atendeu aos requisitos de potência como um subproduto do suprimento de energia, sobretudo devido à possibilidade de modulação das hidrelétricas.
A mudança do arranjo da matriz (participação menor de hidrelétrica e maior competitividade das fontes renováveis variáveis) vem dando sinais desde os últimos PDEs da necessidade de expansão para garantia da capacidade de potência. Desta forma, para cada ano, o percentual de cenários que apresentam déficit de potência não deve ultrapassar 5%. Já para cada mês, os valores de potência não suprida (PNS) associados aos cenários de vazão simulados são ordenados e a média será de 5% para maiores valores, não podendo ultrapassar 5% da demanda.