O mercado de energia brasileiro começa a sinalizar recuperação, o primeiro semestre desse ano gerou consequências agudas por conta da pandemia do Coronavírus.
De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o consumo de energia elétrica no Brasil em setembro de 2020 totalizou 40.227 GWh, o que demonstra um avanço de 2,6% em relação ao mesmo mês de 2019.
O diretor-presidente da Brasil Comercializadora de Energias, Eli Elias, acredita que esse crescimento é consequência da reabertura do comércio nos grandes centros (Ex.: Shoppings Center) e às questões climáticas que, conforme visto, levaram ao aumento da temperatura e a uma mês de setembro com recordes de temperatura, o que contribui para o aumento do consumo das residências, escritórios e dos centros comerciais.
A alta residencial foi confirmada pela EPE cujo levantamento de setembro mostrou aumento de 7,6%.
Outro setor cujo consumo de energia cresce é o industrial, que teve a maior alta desde abril de 2018 em setembro deste ano, em todas as regiões do país, com a marca de 5,7%.
O Mercado Livre de Energia continua crescendo, as contratações aumentaram 9,3% no mês, enquanto o consumo cativo das distribuidoras de energia elétrica caiu 0,8%.
A geração de energia cresceu 4,9% na primeira quinzena de outubro em relação ao mesmo período do ano passado.
Acréscimo de fontes renováveis na matriz energética
O Ministério de Minas e Energia projeta que até 2024 entrará em operação mais de 25 GW de energia limpa.
Para o secretário adjunto de Planejamento e Desenvolvimento Energético (SPE), do Ministério de Minas e Energia (MME), Helvio Neves Guerra, acredita que o caminho da transição energética será por meio das fontes renováveis, aproveitando o potencial hidráulico do Brasil que é 63% proveniente de hidrelétricas.
O secretário informou que o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2029 mostra que em dez anos mais de 80% da eletricidade gerada no Brasil originará de fontes renováveis. Além de hidrelétricas, o país contará com a participação de eólicas com mais de 16%, de fotovoltaicas com mais de 8% e de biomassa, com mais de 10%.
Segundo o secretário, o Brasil do futuro tem a responsabilidade de manter a matriz no mesmo patamar com alto percentual de energias renováveis, geração sustentável e utilização também sustentável, com mudança de comportamento dos consumidores.