O risco hidrológico representa a ineficiência das usinas hidroelétricas de produzir energia devido a insuficiência hídrica. Assim, o Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) tende a aumentar devido ao acionamento das usinas termelétricas, cuja energia é mais cara. Como o conjunto das usinas hidroelétricas, denominado MRE – Mecanismo de Realocação de Energia, não consegue gerar energia suficiente para cobrir 100% da Garantia física de todas as usinas, esta diferença entre o total de energia gerado pelo MRE e o total da Garantia Física do MRE deve ser liquidada na CCEE ao valor do PLD.
Entre 2014 e 2015, houve crise com a escassez de chuvas e as usinas hidroelétricas tiveram uma performance muito abaixo do planejamento. Além disto, devido a uma redução forçada das tarifas de energia, houve um aumento da demanda e por isto houve a necessidade de acionarmos todas termelétricas elétricas.
Além das questões hídricas, as empresas proprietárias das usinas hidroelétricas passaram a questionar algumas ações do ONS – Operador Nacional do Sistema – no despacho das usinas, pois segundo as empresas a baixa performance na geração não poderia ser totalmente vinculada à problemas hídricos e por isto não poderia entrar no cálculo do GSF. Como esta questão não pode ser resolvida no âmbito técnico, as empresas recorreram ao Poder Judiciário e conseguiram o direito de não pagarem o valor referente à diferença entre a energia gerada no MRE e a Garantia física do MRE até o tramite do processo.
A dívida não adimplida já soma R$ 8,33 bilhões. No último dia 10 de março, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou o Projeto de Lei 3.975/2019, que propõe uma solução para o risco hidrológico. A próxima etapa é a aprovação da proposta pelo Congresso.